20 de janeiro de 2013

Sou um dos 20 do Masp. Enfrentei o Lula


Do Blog do @joaopaulom

Em ditaduras coletivistas, o personalismo é a chave de perpetuação no poder. Foi assim na Alemanha de Hitler, Itália de Mussolini, China de Mao Tsé-Tung, União Soviética de Stalin, Camboja de Pol Pot, Romênia de Ceausescu, Cuba de Fidel etc. e é assim na Venezuela de Chavez, Bolívia de Evo Morales e...no Brasil de Lulla.O personalista constrói uma imagem de salvador da Pátria, aquele que fará bem a um coletivo – o povo (leia-se nação, raça, gênero, classe...), e, assim, passa ser um ser acima do bem e do mal. A América Latina é prova inconteste de como o personalismo ignora o Estado de Direito e as leis passam a ser aquelas que o grupo do personalista entende que sejam as melhores para o país ou para eles mesmos: Cristina Kirchner
resolveu não esperar decisão judicial e está pondo em prática a Ley dos Medios na Argentina; Evo Morales assinou a nova Constituição da Bolívia dentro de uma quartel sem a presença da Oposição; Hugo Chavez tomou posse de seu novo mandato praticamente morto – ou morto – passando por cima da Magna Carta da Venezuela. Por aí vai...
Não obstante, temos o nosso personalista no Brasil: Lulla.
Mas isso não é culpa dele, o ex-presidente populista está na sua natureza marginal.
Os culpados disso tudo são os políticos da Oposição que sempre se calaram diante do todo poderoso presidente que veio do povo. Vale lembrar que o maior partido de oposição, à época do estouro do Mensalão, PSDB, não permitiu o impeachment de Lulla nem a cassação do registro do PT por crime de evasão de divisas. A partir daí, leitores, o monstro foi criado.
O que representam, então, Os20doMasp?
Para não me estender muito, farei um breve relato dos acontecidos em passeatas passadas.
Desde 2005, quando o escândalo do Mensalão veio à tona, vários protestos foram feitos na Avenida Paulista. Todos, acreditem!, apartidários. Por este motivo, nunca deram em nada. Por várias vezes questionei essas ações do porquê de não darem nomes aos bois. Explicaram-me que assim poderia parecer um movimento partidário.
Como? Nomear os corruptos e expô-los para todo mundo é ser de algum partido? Pois é, eu também nunca entendi isso.
E foi assim que, pela primeira vez neste país, um grupo se propôs a fazer aquilo que já deveria ter feito há muito tempo: apontar o dedo para o pai da corrupção que, no caso, é Lulla.
Aquilo que poderia ter dado errado, pois foram apenas vinte pessoas – era um domingo chuvoso, às duas da tarde (horário de almoço), sabe como é, né? -, acabou por explodir nas redes sociais e na imprensa online. A grande ajuda veio do site Folha de SP que, ao tentar ridicularizar o movimento, tornou aqueles poucos brasileiros n’Os20dosMasp, uma marca, um marco que vai ficar para a História. E eles sempre agradecerão ao jornal por isso, rsrs. Mas por quê?
Ora, porque até hoje ninguém teve a coragem de enfrentar o apedeuta Lulla (personalista). Pode ser por medo dele mesmo, ou de seus asseclas que infestam parte da imprensa, ou dos MAV (Militantes em Ambiente Virtual) que rastejam pelas redes sociais atacando qualquer um que ouse a tocar em seu nome, ou mesmo de parte da sociedade incauta. Lembrando que essa gente vem fazendo um trabalho de produção de consciência (Marx) há muito tempo, uns 30 e poucos anos. O fato é que a sociedade em geral está estafada de tantos desmandos do PT e sua gangue.
“NuncaNaHistóriaDestePaís” Lulla foi chamado de ladrão, corrupto, pai do mensalão em plena Avenida Paulista; nuncanahistóriadestepais alguém pediu em público para que Lulla fosse investigado por seus crimes; nuncanahistóriadestepaís brasileiros fizeram um protesto nomeando corruptos.
Eis o grande “segredo” que estava na cara de todos. Protestos precisam de nomes, de algo concreto, não de inimigos abstratos que não se pode tocar.
Eis o grande “segredo” que estava na cara de todos. Protestos precisam de nomes, de algo concreto, não de inimigos abstratos que não se pode tocar.
“- Luto contra a corrupção.”
Tá, mas quem são os corruptos?
“- Ah, isso eu não posso falar...”
Chega a ser surreal ouvir isso num país democrático – ainda temos democracia – como o nosso.
Aquilo que todos entendem como “ousadia de Os20doMasp, não deveria ser assim. Todos são iguais perante às leis - menos Lulla, por enquanto; todos têm direito à livre expressão, só vedada ao anonimato, diz a CF. Ousadia mesmo é o que a quadrilha condenada pelo STF fez e continua fazendo até hoje.
O que representam Os20doMasp? Simplesmente 80.050.017 votos (44 milhões de Serra e mais os brancos, nulos e as abstenções) de pessoas que disseram NÃO a Lulla nessa última eleição presidencial, em 2010. Portanto, não somos minoria, mas uma maioria até então silenciosa.
Fazendo as contas, cada um de Os20doMasp representou 4.0020500.85 de votos que se opuseram ao “deus do povo”, assim ele foi chamado por Marta Suplicy (eis o personalismo de novo). E isso não é pouca coisa, não. Mas o objetivo é que este número se dilua para 400 mil, 40 mil, 4 mil e, quem sabe, um dia, 4 por pessoa no movimento, hein?
Resumindo. “Uma andorinha só não faz verão”, diz o ditado. Mas 20, 30, 40... Com certeza, fazem.
Enfim, para parte da imprensa que pensou em esmagar aqueles 20 brasileiros petulantes, porém, dignos, um recado: Os20doMasp continuarão a atuar. E agora encherão mais Kombis, ok?
Alexandre Gonçalves, @SaoBlack, músico e comunicador

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