George Fernandes Marcelino

"PORQUE SOU A FAVOR DA ALTERNÂNCIA NO PODER SOB A PERSPECTIVA DO MUNICÍPIO DE PARNAMIRIM – RN

George Fernandes Marcelino 

Não vou muito longe, mais tenho que retroceder ao ano de 1996, quando Agnelo Alves se lançou candidato, pela primeira vez, a Prefeito de nosso Município. Entendo que Agnelo foi um divisor de águas na Gestão Municipal; antes dele, o município era administrado na base da troca de favores, o assistencialismo florescia em todas as direções e essa prática influía em todos os âmbitos da administração municipal e se estendia desde a arrecadação municipal, IPTU, ISS a pavimentação de ruas, os correligionários conseguiam perdão nos impostos e eram favorecidos das mais diversas formas. Terrenos públicos eram doados ao léu e a gestão era um verdadeiro caos.
Como estratégia, em 1996, políticos locais interessados em sua manutenção no poder, trouxeram o jornalista Agnelo Alves, ex-prefeito da cidade de Natal, tio do Governador Garibaldi Filho, para concorrer à vaga de Prefeito Municipal: este estrategicamente representava o novo, e tinha como proposta principal uma mudança de paradigma na Gestão Municipal. O outro candidato era Raimundo Marciano, ex-prefeito da cidade de Parnamirim, conhecido e carismático, já com histórico de uma boa gestão municipal. A campanha foi acirrada e os candidatos concorrentes chegaram, à reta final, tecnicamente empatados. O povo preferiu não arriscar elegendo Raimundo Marciano e não houve maiores mudanças durante os quatro anos de gestão, aqui, para que se faça justiça, vale salientar que o Prefeito eleito era oposição ao Governo Estadual e recebeu a Prefeitura em situação financeira difícil, onde fez um governo de arrumação.
No ano 2000, o povo resolveu mudar e dar oportunidade ao novo: elegeu Agnelo então Senador da República, com grande maioria, e, na administração, Agnelo cumpriu com o que prometeu. Logo no início da gestão cortou os males pela raiz, acabou o assistencialismo, reorganizou o município administrativamente, e começou a trabalhar no crescimento da arrecadação própria. Em apenas seis meses de gestão, a cidade saiu de uma arrecadação de 2.000.000 mensais para mais de 20.000.000. Com isso houve aporte de caixa para as ações estruturais que a cidade tanto necessitava, houve planejamento, foram quatro anos de crescimento, a cidade só ganhou com isso, foram construídas escolas, praças, muitas ruas foram pavimentadas, ganhou um centro administrativo e Parnamirim mudou para melhor.
Em reconhecimento a esse trabalho, até então inovador na Gestão Municipal, em 2004 o povo reelegeu Agnelo. Foi o período de maturação da Gestão, deu continuidade ao que foi planejado não houve quebra, nem grandes mudanças, o município vinha crescendo e continuou. A Prefeitura trabalhava na estrutura, oferecendo bons serviços nas áreas de saúde, educação e limpeza. Foi também um período de grandes investimentos e de boom imobiliário.
O contraditório, desta Gestão, é que para a reeleição acontecer, muitos compromissos foram assumidos, a maquina municipal foi inchada e os investimentos diminuíram. Os quatro anos passaram rapidamente, e chega a hora de nova campanha. O grupo quer continuidade no poder e mais compromissos políticos são feitos, o que representa mais inchaço na maquina administrativa. O Prefeito não tem político, de sua confiança, para a sucessão e em 2008, lança a candidatura de um Assessor conhecido por Maurício Marques. A campanha se torna cara, o povo não conhece o candidato e vota por ser o candidato de Agnelo. Do outro lado, a oposição lança o nome de Gilson Moura, político conhecido no cenário Estadual, mas, como Agnelo, em 1996, sem história com o município. Gilson se lançou com proposta de inovação na Gestão, prometia mudança de paradigma, enxugamento da maquina e Gestão para Resultados. O povo, no final das contas resolve eleger o candidato de Agnelo, afinal esse já fez e promete que seu candidato vai continuar fazendo.
O assessor, agora eleito Prefeito, Mauricio Marques, faz uma administração pífia, sem nenhuma novidade, não há muito que falar de sua administração, com dificuldade consegue manter os serviços executados e ações planejadas pela administração de Agnelo. É fato que, depois de quatro anos comandando a administração municipal, em 2012, se lança novamente candidato a reeleição, com uma altíssima rejeição. Vê que sozinho não conseguiria vencer e que a única saída do grupo, para continuar no poder, seria Agnelo tomar novamente as rédeas da campanha e fazer dele mais uma vez o seu candidato. Foi exatamente o que aconteceu o resultado é que, como o candidato de Agnelo, Maurício foi novamente eleito, campanha apertada, o município dividido e se repete a estagnação da primeira gestão dele... nada de novo aconteceu... não houve maiores mudanças. Parnamirim continuou parado no tempo e no espaço.
Hoje, se aproxima o novo pleito de 2016 e o Prefeito Maurício acena para a mesma formula de seu mestre, o nome que aponta para a sucessão é de um Assessor conhecido por Naur Ferreira, este igual a ele: o único mérito que aponta é o fato de ter sido Secretário Municipal durante as Gestões de Agnelo e de Maurício, ou seja, um pau mandado igual ao que era Maurício.
Todo o relato acima é apartidário e impessoal. A história é só para ilustrar o “PORQUE SOU A FAVOR DA ALTERNÂNCIA NO PODER”, como podemos, facilmente observar o principal ganho para o município de Parnamirim, nos últimos 15 anos, aconteceu devido a alternância do poder, exatamente quando o sistema atual representava o novo e enquanto foi novo. Depois maturou e envelheceu. É o natural, depois de muitos anos um mesmo sistema no poder, as pessoas se acomodam, os aproveitadores já conhecem todos os caminhos e a Administração Pública fica mais sujeita aos vícios, desta feita, os serviços tendem a piorar e não há motivação para grandes reformas ou mudanças, é assim que penso e é por isso que sempre acho que está na hora de mudar. Mudar é dar oportunidade ao novo.

George Fernandes Marcelino é Graduado em Gestão Pública pela UNP. Pós Graduado em Gestão Pública Governamental pela UNITOLEDO Araçatuba SP. Especialista em Gestão Pública Municipal pela UFRN/UAB/PNAP."

Tomei a liberdade de publicar o ARTIGO do meu camarada, mesmo sem sua autorização.